O meu Natal começa no dia 23 de Dezembro, com os preparativos. Os sonhos da avó Irene começam a ganhar forma neste dia. Entre a preparação da massa, a fritura, a passagem pelo açúcar e pela canela, vão mais ou menos, entre quatro a cinco horas.
Pelo meio de algumas queixas por estar tantas horas em pé e as dores que começam a intensificar-se; “ai eu já não estou capaz para isto”
Mesmo com as limitações típicas da idade, a avó Irene, ainda continua a fazer os melhores sonhos do Mundo!
Talvez o ingrediente secreto seja o amor e a dedicação que ela coloca em tudo o que faz para nós.
No Natal é este o trabalho da avó Irene e o resto é ouvir os elogios.
No dia 24 eu gosto muito de preparar a mesa logo depois do almoço.
Não sou muito de detalhes habitualmente, mas nesta altura preocupo-me com eles; as flores, a mesa, os pratos, copos, talheres, guardanapos, tudo no ponto!
A ceia é bacalhau.
Durante muitos anos fiz dezenas de receitas de bacalhau (verdade seja dita, não sou uma grande cozinheira), no entanto há 2 anos que opto pelo simples e tradicional, na realidade é a forma que mais gosto de comer bacalhau.
Um bom bacalhau, bom azeite, bom vinho tinto e legumes a acompanhar.
The simple is the Best!
No dia 25 a “luta continua” almoço com a outra parte da família e o tradicional jantar de Natal, com os meus amigos de infância.
Para mim o jantar com os meus amigos de infância é mais do que um jantar, é o jantar com as pessoas que eu escolhi para fazerem parte da minha vida, e ter a felicidade de eles também me terem escolhido a mim.
É fechar o Natal com chave de ouro!
Mas nem só de almoços e jantares é feito o meu Natal.
Os presentes!! Não fosse pelos miúdos, que adoram, para mim são completamente circunstanciais, mas existem no meu Natal, num número mais reduzido, desde há alguns anos, porque efetivamente eu vou fazendo por isso.
DAR,
Nesta época concluo o meu 3º mandamento do ano, no que respeita à solidariedade.
Faço a doação de um cabaz de alimentos a uma família necessitada, ou uma doação de bens de higiene diária a uma instituição de solidariedade social; lares ou centros de dia.
Este ano decidi ajudar o Nuno e a sua família. O Nuno é da minha idade, tem 2 filhos e uma mulher extraordinária, forte e lutadora, a Marisa.
O Nuno sofreu um grave acidente, está tetraplégico e necessita de cuidados diários assim como de uma operação nos Estados Unidos. A minha causa neste Natal são eles.
É este o presente que eu quero que os meus filhos se habituem a dar no Natal.
É muito importante para mim que eles entendam que existem pessoas com necessidades especiais de ajuda. Não somos nem mais, nem menos que elas. Somos todos iguais.
Entendo que umas das nossas competências enquanto seres humanos é desenvolvermos o sentido de interajuda e partilha.
Nada é certo na vida, se nos ajudarmos mutuamente e de uma forma contínua, tudo faz mais sentido!
Claro que esta ajuda é necessária durante todo ano, no entanto se todos começarmos pelo Natal já é uma grande conquista.
Desejo-vos a todos um Natal especial, rodeados das pessoas que amam, com muito amor e harmonia!
Feliz Natal!