Quem sou eu?
Gosto particularmente desta frase, do nosso grande Fernando Pessoa e revejo-me nela: “Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?
Desde muito nova comecei a desenhar o meu palácio, fiz uma série de maquetes, iniciei várias construções, com diferentes materiais e ferramentas.
Não tinha dúvidas de que o terreno suportaria a construção, mas, de facto, as estruturas pelas quais eu optava, mais cedo ou mais tarde revelavam fragilidades e ruíam…
Não entendo nada de engenharia, estudei administração de empresas, e então, procurei muito tempo nos outros, aquela solução genial para a construção do MEU palácio.
E entregava tudo o que tinha e talvez, até mesmo aquilo que eu não tinha, e caramba, a construção continuava frágil e a ruir…
Eu não era suficiente, eu não tinha o conhecimento que desejava, eu não tinha recursos financeiros para procurar mais conhecimento, que me ajudasse nesta grande construção que eu tanto ambicionava.
Então, ao longo do meu caminho, aliei-me e associei-me a pessoas nas quais vislumbrava a possibilidade rápida de uma construção sólida para o MEU palácio.
Porquê??
Porque eu queria mostrar a todos, família, amigos, amigos dos amigos, e amigos dos amigos dos amigos, e por aí fora, que eu conseguia “ser alguém na vida” (sempre ouvi num tom pouco amigável que eu tinha que trabalhar muito na vida para ser alguém).
Para ser vista e considerada, ter voz e ser ouvida, inevitavelmente eu teria de construir um palácio gigante, caramba, caso contrário quem poderia reparar em mim??
Dececionei-me 500 vezes, culpei os outros, fui vítima, ou vitimizei-me, não tive “destreza” mental tantas vezes, para perceber o óbvio, o palácio gigante cegou-me, esgotou-me, drenou-me até às entranhas.
Então, percebi com sofrimento, muito mesmo, que era necessário escavar na terra suja, escura e feia, ir lá embaixo.
Até conseguir encontrar aquela base que suportasse os primeiros alicerces da estrutura.
Quanto tempo demorou!?, não sei.
Andei alguns anos rodeada de sombras e na escuridão,
Até que
A construção começou a acontecer, de dentro para fora. Percebo hoje a importância das paredes interiores do MEU palácio. Elas são o meu maior tesouro e investimento.
O meu palácio está em permanente construção. Todos os dias, dou-lhe o melhor de mim.
Analiso com atenção a orientação das janelas, das portas e do grande portão de entrada (é importante para mim saber por onde entra o melhor e por onde deverá sair o que não me agrega). Planto novas sementes e rego o meu jardim. O resto,
O resto é como o grande Fernando Pessoa dizia: “são as sombras das árvores alheias”…
É importante ganhar a consciência de como parar antes do limite.
Reposicionar, ganhar balanço, mudar de caminho, desviar a direção, faz tudo parte e faz tudo sentido, quando é sentido…
A minha aprendizagem foi dura, demorou muito tempo, construiu-me.
Eu acredito que a tua história, a história da construção do TEU palácio poderá ser diferente, se me permitires acompanhar-te nesta caminhada linda e gratificante que é a vida de um/a empreendedor/a.
Seguimos empaticamente junt@s!!